Associações de moradores não representam posição da população de BH sobre Aeroporto da Pampulha

A população de Belo Horizonte precisa se organizar para não deixar que interesses particulares de alguns moradores sobreponham a legítima vontade da maioria e o benefício da coletividade.

Certos moradores, vizinhos ao Aeroporto da Pampulha, tentam a todo custo impedir as operações no aeroporto com argumentos generalizados além de muito individualistas. Os últimos noticiários mostram que até mesmo o início das operações da nova companhia Flyways com aviões turboélice se tornou objeto de resistência por parte desses moradores. De qualquer maneira, suas colocações de forma alguma podem ser entendias como a opinião da população de Belo Horizonte em relação a utilização do terminal da Pampulha. O Aeroporto da Pampulha foi inaugurado em 1933, quanto aquela área ainda nem era urbanizada, ou seja, o aeroporto está lá muito antes que os bairros de seu entorno existissem. Os atuais moradores já sabiam de sua existência quando se mudaram para lá e portanto eles agora não tem propriedade para impor os seus próprios interesses sobre os benefícios da coletividade no município.

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Sobre a questão da mobilidade de que tanto reclamam na região, todos os moradores de Belo Horizonte são obrigados a lidar com problemas de trânsito em toda parte da cidade. É uma visão muito egoísta pensarem que são injustiçados já que a questão trânsito não é exclusividade dos vizinhos do aeroporto. Exemplo: está sendo construída a nova rodoviária de BH no bairro São Gabriel e lá não se vê alarde por parte de moradores reclamando de impactos no trânsito em função daquele empreendimento.

Com relação ao barulho, em várias partes da cidade os moradores convivem com barulho de todos os tipos. Por exemplo, há um trem de cargas que corta a cidade de Belo Horizonte no meio da noite, sendo possível ouvir seu barulho a quilômetros de distância. Até aqui não se ouve ninguém se queixar de nada a respeito.

Aeroportos em áreas urbanas e residenciais não é uma particularidade da cidade de Belo Horizonte. Na verdade eles são bastante comuns nas grandes cidades. No Brasil, além dos principais aeroportos centrais, Congonhas e Santos Dumont, outras cidades já possuem aeroportos dentro da área urbana. Este é o caso de Recife, Fortaleza, Porto Alegre e até mesmo Guarulhos, que já está envolvido pela cidade.

Pelo Mundo também encontramos vários exemplos de aeroportos que ficam rodeados por bairros residenciais. Por Exemplo: Cidade do México (Juarez Intl.), Nova York (La Guardia, Newark e JFK), Lisboa (Aeroporto da Portela Intl.) e até mesmo o aeroporto de Atlanta (The Wm B Hartsfield Atlanta), o mais movimentado do mundo com cerca de 100 milhões de passageiros anualmente, está cercado de bairros residenciais.

A operação dos aeroportos centrais no Brasil não acontece ao 'deus do ará' como pressupõe as associações de moradores. Aeroportos como Congonhas, Santos Dumont e Pampulha são submetidos à regras de funcionamento pela entidade reguladora (ANAC) justamente para minimizar os impactos de sua operação: Esses aeroportos centrais não podem operar por 24 horas, mas dentro de limites de horários previamente estabelecidos; só podem operar nesses aeroportos aeronaves com até um determinado nível de ruído; teste de motores dos aviões também só podem ser feitos em horários específicos; dentre outras regras.

Em se tratando do Aeroporto da Pampulha, especificamente, é um aeroporto com capacidade muito limitada, e portanto não será possível ver uma operação tão intensa no aeroporto com no caso de Congonhas, por exemplo, que tem quase o dobro do movimento de Confins. A não ser que fato de que as próprias críticas dos moradores sobre a atual estrutura do terminal podem vir estimular investimentos para ampliação do local.

Em fim, todos os moradores de Belo Horizonte, como metrópole nacional, estão expostos a problemas no trânsito e barulho de todos os tipos, em qualquer região da cidade. Essas questões são típicas de qualquer bairro de grande cidade brasileira e não é exclusividade da região da Pampulha. Neste sentido, os vizinhos do Aeroporto da Pampulha não são privilegiados e se ainda não se adaptaram ao estilo de vida de cidade grande, então são eles que estão no lugar errado. Se querem se livrar de trânsito e do barulho, um bairro dentro de uma metrópole com certeza não é o local mais apropriado para viverem.
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