Pampulha: Um aeroporto público usurpado por magnatas e políticos em seus jatinhos executivos e taxi-aéreo.



Com o anúncio do fim das operações da Azul Linhas Aéreas na Pampulha, a Infraero diz que "a saída da companhia não terá grande impacto no local já que a maioria das operações realizadas no aeroporto são de voos não regulares como fretados, executivos e táxis aéreos", conforme publicado no jornal Folha de S.Paulo no dia 17 de fevereiro. E mais: Surgem rumores de que "o Governo de Minas Gerais estuda a possibilidade de direcionar o aeroporto para a aviação executiva nacional e internacional", conforme informações do portal Mercado & Eventos, de 19 de fevereiro.


Isso é inadmissível. Um aeroporto público, cuja sua propriedade pertence ao governo e consequentemente à população, não pode ter sua principal atividade centrada no atendimento a magnatas e políticos em seus jatos e serviços particulares. É inconcebível, que a sociedade em geral tenha que pagar para manter um aeroporto do qual não possa usufruir, em detrimento do luxo dos poderosos.

Hoje, as poucas operações no Aeroporto da Pampulha não geram receita suficiente para cobrir as despesas e gastos da manutenção do complexo, o que resulta num rombo milionário todos os anos. Com o aeroporto operando em deficit, significa que quem está pagando essa conta somos nós, os contribuintes de impostos.

Considerando a enorme área que o Aeroporto da Pampulha ocupa dentro do município (2 milhões de metros quadrados); Considerando o caráter de aeroporto público, para atendimento da população em geral; Considerando o gasto público empenhado na manutenção do aeroporto; é lamentável que a população seja restringida de utilizar esta infraestrutura aeroportuária, quando por vontade política as operações comerciais são praticamente proibidas no local.

Dados da Infraero mostram que em 2015 aconteceram 50.802 pousos e decolagens no Aeroporto da Pampulha, sendo 42.763 operações não regulares e apenas 8.039 operações da aviação comercial. Significa que de cada 5 voos realizados na Pampulha, somente 1 voo é ofertado à população, enquanto os outros 4 são de serviços particulares, como táxi aéreo, aviação executiva, fretamentos e transporte de autoridades (políticos).

Atualmente, utilizam das conveniências do Aeroporto da Pampulha cantores, jogadores de futebol, políticos, além dos alto executivos de empresas. Enquanto isso, a população em geral é obrigada a encarar o longo caminho até Confins, que é a única opção.


Resultado Financeiro

Sobre o desempenho financeiro dos aeroportos, a ANAC divulga periodicamente os resultados dos aeroportos da rede Infraero. O ultimo relatório divulgado é referente ao ano 2013, quando o aeroporto da Pampulha registrou o maior movimento desde a transferência dos voos para Confins.

Em 2013, ocorreram 65.491 operações de pousos e decolagens no aeroporto e 989.332 passageiros passaram pela Pampulha e mesmo assim o aeroporto gerou prejuízo de R$ 7,8 milhões aos cofres públicos.

Se em 2015 o movimento operacional, tanto de passageiros quanto aeronaves. foi significativamente menor na Pampulha, é natural que o resultado financeiro seja ainda mais negativo que em 2013.




As Atividades Não Reguladas de que trata o relatório se referem atividades que geram receitas alternativas, tais como aquelas decorrentes da concessão de áreas para exploração comercial, ganhos financeiros, prestação de demais serviços não regulados etc.

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